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quarta-feira, 6 de julho de 2011

HPV

Saúde

Imunização contra HPV é pauta de Congresso Mundial   

Pelotas, quarta-feira, 06 de julho de 2011, 17h31min


Luisa participou nesta quarta-feira (6), no Rio de Janeiro, do Congresso Mundial de Colposcopia e Patologia Cervical.

"A imunização contra HPV (papilomavírus humano) precisa ser oferecida na rede pública de saúde no Brasil, com ampla cobertura especialmente para mulheres, como forma de prevenir a ocorrência de lesões genitais e do câncer de colo de útero", avaliou a pesquisadora Luisa Villa Lina, do Instituto Ludwig de Pesquisas sobre Câncer.

Na América Latina, Peru e México saíram na frente e já aplicam no sistema público a vacina bivalente, que protege pelo menos contra os tipos 16 e 18 do HPV, que estão relacionados a lesões precursoras do câncer de colo de útero e ao tumor propriamente dito. No Brasil, a vacina só está disponível na rede privada.

“Gostaria muito que o Brasil tivesse sido pioneiro nessa questão, mas por aqui o governo hesitou um pouco. No México, por exemplo, o programa de vacinação é voltado especialmente para as mulheres jovens que vivem nas regiões mais pobres, o que ajuda a reduzir o grave problema da região, que é o câncer de colo de útero”, disse a pesquisadora.

Segundo Luisa, a dose conhecida como quadrivalente, que também protege contra as verrugas genitais provocadas pelos tipos 6 e 11 do HPV, é ainda mais eficiente que a vacina bivalente. Nesse caso, a especialista defende que a imunização também seja estendida aos homens. Além de ter a possibilidade de desenvolver tumores de pênis e de ânus, eles são considerados o principal vetor de muitas das lesões causadas pela doença.

A especialista em HPV destacou que o ideal é que a vacinação ocorra antes do início da vida sexual, mas ressaltou que pesquisas recentes têm apontado que, mesmo após a exposição ao vírus, homens e mulheres que recebem as doses têm menos chances de contrair novas infecções e de desenvolver câncer.

Postura brasileira
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o governo brasileiro criou um comitê de acompanhamento da vacina, formado por representantes de diversas instituições ligadas à saúde e liderado pelo próprio Inca, para avaliar periodicamente se é oportuno recomendar a vacinação em larga escala no país.

Até o momento, o comitê decidiu pela não incorporação da vacina contra o HPV no Programa Nacional de Imunizações, porque ainda há muitas dúvidas sobre a eficácia e o impacto dessa nova tecnologia para a política de atenção oncológica no país.

Segundo o Ministério da Saúde, embora a vacina não esteja disponível na rede pública, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece exames gratuitos à população para detecção do vírus, como o papanicolau, um exame preventivo que permite ao médico identificar lesões antes da formação do câncer de colo do útero e dar início ao tratamento.

Transmissão
O HPV é transmitido pelo contato genital com a pessoa infectada e da mãe para filho, por via sanguínea, na hora do parto. O Brasil é um dos líderes mundiais em incidência da doença, que atinge principalmente mulheres entre 15 e 25 anos. A cada ano são registrados mais de 18 mil casos no país, que provocam 4,8 mil mortes por câncer de colo de útero.
Fonte: Agência Brasil

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