As medidas adotadas pela Gestão Municipal do Pronto Socorro (PS) de Pelotas, com o intuito de diminuir o tempo de espera por leitos e encaminhar os pacientes para os hospitais de referência contratualizados, começam a apresentar os primeiros resultados, que podem ser percebidos ao se visitar a unidade. Enquanto até o início do ano até 90 pessoas aguardavam, no PS, por leito em hospitais, o número caiu, nos últimos dias, para uma média entre 40 e 60 e, no final da tarde desta sexta-feira (10), apenas 17 pessoas ainda esperavam por quartos vagos.
De acordo com a secretária Arita Bergmann, são seis as principais medidas para esses resultados. A primeira foi a regulação dos leitos, que identifica, em tempo real, quando um leito na rede contratualizada é liberado, possibilitando que se providencie a transferência imediatamente.
A segunda medida foi o início da classificação de risco na pediatria, por meio da qual as crianças podem ser encaminhadas diretamente para outros serviços como o Pronto Atendimento do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), ambulatório de especialidades, atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou para a emergência do PS, dependendo da gravidade do caso. O protocolo tem quatro níveis de emergência e gravidade, baseado no Protocolo de Manchester. Na pré-consulta, os casos são classificados em quatro cores: vermelho, amarelo, verde e azul. Os pacientes classificados como vermelho são os de maior urgência e requerem atendimento imediato; os da cor amarela precisam ser atendidos o mais rápido possível, mas poderão aguardar, caso haja alguém em situação mais grave; os classificados como verde têm situação mais tranquila e os de cor azul serão reencaminhados para a respectiva UBS, com a garantia de atendimento. Para o chefe do Pronto Atendimento do HUSFP, Edevar Machado Júnior, ainda há muito trabalho pela frente para melhorar os serviços, mas já houve muitos avanços, principalmente com reeducação da população, a partir das classificações de risco, quando os usuários começaram a entender qual o trabalho de cada um dos atendimentos.
A terceira medida é o protocolo da oncologia, que define a conduta a ser seguida para pacientes com câncer que recorrem ao PS. Ele estabelece, por exemplo, que aqueles pacientes oncológicos que já fazem tratamento em um dos dois hospitais contratualizados devem ser referenciados, após o atendimento, ao serviço da instituição ao qual já eram vinculados. Aqueles em fase investigativa, ou seja, que apresentam suspeita de câncer, mas que ainda não tem o diagnóstico definido, terão agendada uma consulta ambulatorial com especialista. Aqueles que já se tratam, mas que não tem vínculo com nenhuma instituição, serão encaminhados ao hospital que tiver leitos disponíveis. Para aqueles que necessitam de cuidados paliativos, por outro lado, a Prefeitura e a UFPel avaliam a possibilidade de sua inclusão no Programa de Internação Domiciliar (PID) Oncológico, da Universidade.
A quarta medida adotada pela Secretaria de Saúde refere-se à contratação de leitos extras para os meses de junho, julho e agosto, que tem o objetivo de atender pessoas com doenças respiratórias típicas do inverno, como gripes e pneumonias, mais comuns em idosos. Os hospitais já foram oficialmente contatados para que verifiquem a disponibilidade de leitos extra. A Santa Casa disponibilizou seis leitos e o HUSFP, cinco - esses leitos somente serão usados quando todos os leitos contratados estiverem ocupados.
O quinto ponto que trouxe melhorias na agilidade é a regulação dos leitos destinados à saúde mental – dez leitos na Beneficência Portuguesa – para os quais podem ser encaminhados pacientes em crise de abstinência e delirium tremus, se houver indicação clínica.
O sexto ponto é a integração do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no transporte inter-hospitalar, que garante que o paciente que precise ser transferido de um hospital para outro, e não possa fazê-lo sozinho, possa ter o serviço da forma mais segura e rápida possível.
O diretor administrativo do PS, Régis Pinto e Silva, diz que as ações já têm reflexo positivo no atendimento da unidade. Com a disponibilização de leitos extras existe uma resolutividade melhor, os pacientes que necessitam são hospitalizados mais rápido e mais cedo a enfermidade é tratada. A redução do tempo de espera também aumentou a satisfação dos usuários. Além das melhorias elencadas pela secretária, o diretor destaca a criação de uma segunda equipe de cirurgia geral. Até a última semana – há dez anos – havia apenas uma equipe, composta por um cirurgião e residentes a cada 24 horas. Agora, de segunda-feira a sábado, das 8h às 20h, período de maior demanda, existem duas equipes, no caso de uma estar em cirurgia, a outra pode atender os casos que surjam. Silva disse também que o acréscimo no recurso na nova contratualização melhorou as condições de trabalho. Para ele todas essas ações, as quais considera muito responsáveis, geram uma expectativa positiva em relação à gestão.
Data: 10/06/2011
Hora: 16:48
Redator: Alessandra Meirelles - 10052
Fotógrafo: Janine Tomberg -
Obs: Notícia retirada na íntegra da página da prefeitura Municipal de Pelotas